Os dados são do levantamento Percepção da Política Fiscal Brasileira encomendada pela Escola Superior de Administração Fazendária (Esaf), do Ministério da Fazenda.
Depois do IPTU, o Imposto sobre Propriedade de Veículos Automotores (IPVA), com 25,4% de menção, é o segundo mais conhecido na pesquisa espontânea e, em terceiro, o Imposto de Renda (IR), com 25,3%. O percentual de indivíduos que paga impostos sobe de 69% para 84,9% na pesquisa estimulada, com os nomes dos tributos. Além disso, 14,9% declaram não pagar nenhum imposto.
Houve grande concordância na questão da quantidade de recursos que o governo usa para cumprir suas funções. Para 71,8% dos entrevistados, o governo arrecada o suficiente e as falhas acontecem por corrupção ou por falta de vontade política. Saúde e educação são as áreas mais carentes de recursos, na opinião dos entrevistados (72,1%). Onde o governo deveria gastar menos? Essa pergunta confundiu os entrevistados – 39,4% não conseguiu responder. Mas o senso crítico não deixou de aparecer: foram citados "salários de políticos, campanhas eleitorais, viagens, obras desnecessárias, corrupção e eventos de lazer". Maior controle sobre os gastos públicos faria o governo gastar melhor na opinião de 96,3%.
Quanto à opção de pagar mais impostos para ter melhores serviços, 42,6% concordariam. A maioria da população (94,4%) acha que é importante solicitar a nota fiscal nas compras, mas só 61,4% pede. Quanto à opção de pagar mais impostos para ter melhores serviços, 42,6% concordariam.
Foram ouvidas 2.016 pessoas. A palavra "impostos" foi usada em sentido amplo, no lugar do termo correto "tributos", para facilitar a comunicação com a população.
Fonte: Diário do Comércio
COMENTÁRIO DE OMAR AUGUSTO LEITE MELO: a pesquisa mostra algo muito interessante e importante no momento de se pensar em Política Fiscal: os impostos sobre o patrimônio são os mais sentidos (logo, os mais lembrados) pelos contribuintes, mesmo sendo, na maioria das vezes, os menores (menor carga). O efeito disso é que tendem a ser os mais visados e odiados. Quanto menos mexer neles, melhor; logo, quando for necessário (importante) alterar esses impostos sobre o patrimônio (com destaque para o IPTU), é prudente que o projeto de lei já mexa em tudo aquilo que for possível, para se evitar ou diminuir novas alterações futuras. Exemplo: ao atualizar a Planta Genérica de Valores, compensa em aproveitar o momento para discutir a progressividade de alíquotas, fatores de valorização ou desvalorização de imóveis, taxas imobiliárias, revogação de isenções e etc. Essa constatação somente pode mudar, caso seja aprovada lei federal que obrigue os fabricantes a colocarem nas embalagens dos produtos a carga tributária incidente com a relação dos tributos envolvidos. Isso poderá tirar o posto (negativo) de 1º lugar do IPTU para o ICMS, IR, PIS, COFINS, IPI e outros tributos com carga e incidência infinitamente superiores ao imposto municipal. Realmente, é uma pena que tenhamos no nosso País essa baixa conscientização tributária: a população acredita que só paga tributo quando recolhe o carnê ou guia do tributo, não se atentando (ignorando) para os tributos federais e estaduais que estão embutidos no preço dos alimentos , da roupa, dos serviços, diversões e etc.
O DESCONHECIDO TRIBUTO DE CADA DIA
Pesquisa indica que uma parte dos contribuintes só se lembra do IPTU como exemplo de imposto.
Cerca dois terços dos brasileiros (69%) declaram espontaneamente que pagam algum tipo de imposto. Mas, desses, 22,5% não conseguem citar pelo menos o nome de um. Uma parte (47,8%) só se lembra do Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o mais conhecido.
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IPTU